domingo, 28 de março de 2010

Teu nome dentro da noite.


As mesmas bocas ainda balbuciam

Teu nome em silêncio, como um vício

Nas dores frenéticas da solidão

E a palavra repete-se em rimas no poema

E a cada dia as bocas vão falar

Jogando tuas sílabas, como partículas

Suspensas no ar.

São poemas em cascatas que ninguém lê

São quadros que ninguém quer mais ver

São camadas de amores que ninguém

Quer olhar.

O tempo como réstias, nesta valsa

Insiste em passar

Para por séculos não vê?

Repete-se teu nome por era

Desde quando teu nome era espetacular

Espeta a lua com estes versos

E ponha-a a sangrar. Pra que?

Para sorver este poema da noite

Que escorre denso na noite. Pra que?

Somente para poder esta noite

Te cortejar.

Foto: Flávio Martins

3 comentários:

Bruna Vicente disse...

sublime...lindo o que escreves!

maN bOwerline disse...

lindo

Íris Pereira de Souza disse...

Bla, bla,bla...Por mais que me esforçasse não sai desta minha pobre cabeça algo rico o bastante para comentar esta riqueza de poema.
Amo tudo que escreves