quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Existência



O vento sopra forte nas noites de inverno,
A chuva fere a epiderme da terra
Nas noites quentes de verão.
Levitam no outono as folhas-libélulas...
Primordial, as cores violentas nos prados.

Quem és aí vós, no meio dessa orquestração
De cores, sons, cheiros...
Quem és no reflexo do sol nas penas dos pássaros,
Quem és no instante que orvalho levita
Na pétala tão rubro-rósea-nívea?

És a vida e sentido, o logos, a essência
És a medula, o nervo que vibra,
A sinapse da idéia,
O fogo da pira,
És o supra-sumo da imanência.

És o que exala e contém,
Na existência e no vazio,
O que existe de amor,
Em meu seio e em minha consciência.

Foto: Nina Linhares

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Logos de Amar

Mesmo distante, com o peso das eras
Que fazem existir essa ausência de corpos
Não deixa de existir essa presença do ato de amar.
O pó do tempo sobre teu rosto,
Te dão um rubor que antes não tinha.
O eco de tuas palavra ainda dançam
Em notas sonoras, em compassos tão vivos
Que mostram-se em desenhos a riscar
Em minha mente, fantasmas de ti.
O tempo, onde marcham as guerras
Que mudam a face do mundo
Não mudam o logos do amor,
Uma chama que arde viva,
Mesmo que um dia não haja mais vida em tí.