terça-feira, 22 de março de 2011

Poeminha quase brega.

Os sonhos de outonos distantes,
As astes dos trigais maduros
Dobrados pela ventanias,
Os monjolos, os moinhos carregados de tempo
Tudo isso é jovem, mui recente,
Perto de tua companhia.
És portanto algo novo,
Com gosto de outros tempos,
De um intuir, de pressentir notas ocultas.
És para mim um saber sem prova,
Uma latência, um sabor.
Uma existência quase íntima,
Mas ainda por existir.
És tudo que eu sei, ou do que,
Outrora saberia.
És o que eu sei que há,
Mas se fosse ter que contar,
Nem em versos poderia.
És o incontável,
Mas que porém, o tato,
A visão, e o palato, apreciam.

Foto: A noite Americana
Autor: R de Rien

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

"És o incontável,
Mas que porém, o tato,
A visão, e o palato, apreciam"

Esse poema é maravilhoso...