segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que nunca foi dito...

Quando a lágrima escorre,
Perolada, marchando sobre a face
Paira aí entre os ventrículos
Um momento de dor...

Quando a lágrima paira,
Escorregando entre o minuano
Entre os átomos,
Percorre como dor,
Um momento de solidão.

Mas, se de súbito surges,
Segue o sangue, o ar em meus pulmões
E meu ser voa como dantes,
Como as notas sangradas pelo violão

Surgem sóis e pássaros livres,
Surgem passos e passantes
Surgem a terra, a água e o ar
O fogo em mim, como nunca visto antes

Porque és em essência
O sentido de que houve
Do que existe e do que haverá
És a medida entre o ceu e a terra
És o fulgás e o que permanecerá.

Foto: X. Maya

2 comentários:

Sara Saraiva disse...

acho que a poesia é um dom divino. pois,meu caro, não sabes o milagre que esses versos provocam em mim. um misto de saudade...e amor. Poesia parece ser feita para cada um que ler! lindo

Antonio Sávio disse...

Olá Sara. Poucas vezes tive uma satisfação ao fazer uma poesia como esta, principalmente por saber depois que ela possa ter servido pelo menos a uma pessoa. Como diria o Nelson Rodrigues:"Qualquer pessoa é mais importante do que a via-láctea inteira".