quinta-feira, 2 de agosto de 2012

(D)escrever-se


Há no lábio rubro qualquer coisa que não deve ser dito
Deve ser meditado.
Há no olhar, alguns ares de sol a latejar
Qual dardos, setas enviadas por arcanjos.
No caminhar são passos de uma valsa distante
Tocada em cravo quase silente nas tardes sol no campo
E tudo isso é nada, tão só o possível a ser dito
Embora saibamos que o que aqui está escrito
É demasiado vulgar para expressar o que sois.
Há na palavra, qualquer coisa de inerme,
Pois pouco capta do que és, do brilho do riso
Do que vasa dos olhos, do que exala
Do quanto fala teu silêncio.

Um comentário:

Bruna Vicente disse...

E quanto fala o silêncio!