sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Ainda que...

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Ainda que sopro do verbo
Tua palavra burilada em versos
Que gotejam das calhas
Dos cantos dos olhos
Que me fitam em silêncio
Amordaçados em segredos
Que berram dentro de ti

Ainda após os anos
És a mesma dentro da noite
Dos gozos não tidos comigo
Dos beijos negados no tempo
Que desgastam castelos nos prados
Mas que é impotente dentro de ti

Ainda que meus versos se recusem
Teu nome lateja na rima
Como uma esgrima, uma dança, uma valsa
Que sangra poemas em silêncio
mas ainda é tempo de ser feliz.

Antonio Sávio

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