quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

IN NATURA

Assim como os bites dilacerando o tempo
A correr na impulso frenético da fibra ótica...
Assim também explodem os vermelhos das rosas
Na interminável complexidade bioquímica nos campos

Sabedoria eterna que o homem que por mais que se diga mister, ainda muito ignora.
Nem as tintas de tua tela interminável
Assemelharão as sutilezas das penas, das luzes,
Das tardes, dos brilhos dos olhos...

Erguerá mil ve-las, mas tua invenção, teu escaler,
Tua nau está sujeita ao açoite dos ventos
Ventos imprevisíveis por sinal.

Falará mil linguas, mas não explicará a harmonia
Eterna que há no âmago da própria existência de cada ser vivente.
Desiste então deste colóquio cansativo,
Deita as pálpebras um instante humildemente e sente.

Ergue-se homem, com teu brado sobre a natureza,
Mas de tempo em tempos saberás que é apenas peça,
Parte ínfima das entranhas desta fortaleza.

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