segunda-feira, 13 de abril de 2009

Não vale mais

Não há mais porque cantar,
Nem porque colher rosas nos jardins
Nem reagir a piscadela do olhar
Não há voz, nem flores a colher nem moça para piscar

Agora não há mais porque chorar,
Nem porque lê os sábios, ou as sabiás.
Ninguém com olhos para ouvir,
Tampouco porque bradar.

Nunca houveram sábios tão tolos
E tão roucas as sabiás.
Não há mais nesses tempos "modernos"
Um só motivo para se poder amar
As vidas se resumem a tolos estudos em mil cadernos
E um batalhão de insensíveis querendo se empregar.

Não há mais a violência do beijo
A meiguice de um tapa pelo descontrole dos ciúmes
Há sim o cume da indiferença
Que é a mais nova crença: creio no que tenho, no que compro.
Creio mais no brilho da faca do que no sabor do queijo!

Foto: Ana Rita Vaz Cruz
Fonte: http://br.olhares.com/

2 comentários:

Janaína de Souza Roberto disse...

As vezes nos falta vontade de fazer uma série de coisas, esse mundo infelizmente nos desagrada cada dia mais. Mas... O incrível, é que sempre há motivo e inspiração pra escrever. Belo post Sávio, adorei! O blog tá belíssimo.

Abraços poéticos,
Janaína de Souza.

Filhas da Pagu disse...

Infelizmente, às vezes não há.