quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quase plural - Solidão.

Amanhã, quando os românticos não serão tidos como tolos
Lembra-te de mim, que estou a professar teu nome desde já,
Que há tempos tateio tua face no escuro, que beijo teus lábios em sonhos na brisa.
Há tempos, tem sido Meca que oro em tua direção
Tem sido meu norte, minha perdição
Minha casa, minha sede, minha comida, minha utopia
Que alimenta minh’alma, na ração dos dias.
Há tempos, no empurrar das horas que seqüestram minha atenção
Tem sido o verbo, a vírgula, a exclamação!
No compasso dos dias que a febre exalta,
Para permanecer meus delírios por ti, sempre em retidão.
Há tempos que você sempre tenta, quase plural
Há...eu solidão.
Há tempos... que eu sei que você é um mundo, espaço e tempo em transformação.

Foto: Ana Rita Rodrigues
Título: O tempo passa o amor não.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

S(C)em palavras, apenas com pontos.

Eu grito, pois minha voz já muito
No exílio esteve.
E assim tive dias de fome,
E noites infinitas de sede.

Onde meus verbos, quase todos alvejados,
Mesmo que tão famintos,
Na altivez do próprio instinto
Sangravam rosa nos prados.

Eu brado, pois, até minhas vírgulas
Quase imóveis, cheias de feridas,
Choravam, e em cada partícula
Do seu pranto nasciam margaridas.

E mesmo na altivez da teimosa,
Exclamação!
Cede com cautela a sua vez,
Ao ponto de interrogação. (?)

Foto: Fotografamador
Fonte: http://olhares.aeiou.pt/palavras_e_mais_palavras_foto730799.html

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Teoria da Relatividade

Há sempre o gênio que irrompe
Com violência o próprio tempo
Com a rapidez de quem consome
E espaço tal qual o vento

Meu tempo nem sempre é hoje
Nem tampouco amanhã seria
Meu tempo é atemporal
Nos ponteiros da poesia

Com vigas de versos paraplégicos
Sobre um terreno arenoso
São poemas às vezes letárgicos
Qual um fruto venenoso

Sem tempo portanto, para tantas vitórias
Eu ainda procuro nos becos
Montado no verbo em seu dorso
O tempo de minha própria glória!

Eu ainda procuro
Com lupas seculares
Erguer sonetos no escuro
Para quem os puder enxergares

Há sempre o gênio que irrompe
Com violência o próprio tempo
Que o diga qualquer poeta,
Primo-irmão do vento.

Foto:Daniel Pedrogam

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Incursões na Alma

Eu, homem feito, condenado pela eternidade
A carregar esta carcaça “bigornocorpórea”
Sobre meu coração-libélula de criança

Ainda, pelas madrugadas insones
Gemo num uivo surreal
Debatendo-me sobre as correntes
Que me agrilhoam as pernas finas, falidas de músculos
Que atam os braços finos e cabeludos
Como os átomos que gravitam a valsar
Na camada mais externa do meu ser

Eu, homem feito, na força explosiva do meu peito
Em transmutações violentíssimas
Re(volto) grido a mais tenra infância
Onde, quando rei, libertava pelos ares meus súditos
A declamar poemas...homens, mulheres e crianças.

Foto: Lino Matos

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sem poesia

Aqui, bem aqui, onde as plumas valsam ao sol do meio dia
Aqui, onde as vagas não chegam, onde as gotas não caem
O tempo é sol, e sendo este dia e noite protagonista da dor,
Pai do medo e da fome, não sobraram poetas para cantá-lo.
Aqui, bem onde desconfio ser o coração do sol
Não existem Leminsks, não cantam Jobins
Dalís morrem ao primeiro raio de realidade
Cá, somente valsam viventes com almas em frangalhos
Olhos secos de arte, cegos de fome, fome, de quem não come mais as migalhas
Sequer de um só sonho. Medonho!
Aqui, onde a lua é mera tolice, luz boba e teimosa, inútil.
Útil seria cá entre meus dedos, para torcê-la,
Assim como fiz nas carnes de Maria, e a vi gemer...
Assim queria-a, entre meus dedos para ver se ela me gemeria
Um só gole d’água, para uma garganta sedenta, fomenta e atordoada pela realidade.

Foto: Deise Rezende

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conversas com o Ego

Eu quando rei! Não não não...quando quis ser...
Aliás, eu não queria. Era meu ego.
Eu, numa outra vida, quando cego, nas ruas de Roma ...não não não
Este meu ego não é quem dome. Flagrei-lhe posando de cego para mostrar-se sábio...
Eu, ainda hoje, muito tolo, quando muito, as vezes não minto
Mas muito (in)discreto brado aos sussurros entre goles de rum o nome,
Finalmente meu nome: Sávio

Foto: Daniela Vasques

Entre vinhos e versos perversos

Noite de vinho e de versos
De goles de trevas, de vagas se solidão
Sobre mim.

Tempo de liras e ébrios
Que furtam os prazeres entre dores,
Que furtam cores entre noites
De cinzas

Goles de vinhos, olhos, pérolas ao fitar
Pernas entre valsas, laços entre mãos
Carnes entre dentes a gemer
Carnes em espasmos a gozar

Vinho que me embala entre sonhos fortuitos
Vinho que intuito é me embriagar
Vinho que valsa entre delírios
E eu entre lírios, sentindo as vagas
Do mar ao me acordar

Foto: Rodrigo Mizumoto

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Amor. Teatro de Revista

O amor é coisa simples, é uma valsa adocicada
Um fim de tarde com as réstias de sol vinda dos quintais
Invadindo a cozinha.

O verdadeiro amor sempre me lembra um fim de tarde.
Eu copiando os quadros do Renoir aos dez anos de idade
A chuva de verão, a faca sangrando os figos para o sabor dos olhos,
O cheiro de domingo, a ânsia pelo momento certo de cruzar olhares
De enlaçar línguas, de invadir-se em cheiros

É calma a esperar o soneto que guardo aqui,
Pacífico e revolto, na véspera de sair entre os dedos
Como se corressem feito o suor em meu corpo

É o voo das folhas, o passo da moça
A perna morena, a violência do olhar.
O negar-se por outros, é o chegar no momento
É um tormento tão doce, e se assim não foste, não era amar.

Foto: Mário de Oliveira

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Bernard Cornwell

por Solange Fonzar, colunista ONNE

Best seller virá ao Brasil para participar da Bienal do Livro do Rio

Considerado um dos mais importantes escritores britânicos da atualidade, o best seller Bernard Cornwell virá ao Brasil para participar da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. O bate papo denominado, Mundos Históricos, Mundos Imaginários, acontecerá no Auditório Euclides da Cunha no dia 11 de setembro às 19h30, e terá como mediadora Celina Portocarrero.

Com mais de 40 livros publicados em mais de 16 idiomas, o autor é apaixonado por história e se destaca por misturar em suas obras, autenticidade histórica com personagens fictícios. Seus romances alcançaram rapidamente o topo das listas de mais vendidos em vários países, com mais de 4 milhões de exemplares comercializados em todo o mundo.

Além da participação no evento, a vinda do escritor ao Brasil lançará oficialmente seu novo romance, Azincourt. O livro narra a história do arqueiro inglês Nicholas Hook durante a batalha Azincourt, uma das mais grandiosas da História. Segundo informações divulgadas pelo próprio autor, o lançamento do livro é uma grande realização pessoal, pois Cornwell sempre quis escrever sobre o tema.


(Foto: Divulgação)

Veja a seguir a lista do que já foi publicado no Brasil:

• Azincourt, O Condenado e Stonehege - Grandes obras, que não pertencem a nenhuma trilogia ou série.

• A trilogia As Crônicas de Artur (O Rei do Inverno, O Inimigo de Deus, Excalibur) – Considerado o melhor trabalho do autor e também seu favorito, o livro conta a lenda de Artur sob um ponto de vista historicamente possível.

• Trilogia A Busca do Graal (O Arqueiro, O Andarilho, O Herege) - Em plena Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra, o arqueiro inglês Thomas de Hookton cai na trilha do lendário Santo Graal e quer vingar a morte de seu pai assassinado.

• Série As aventuras de Sharpe (O Tigre de Sharpe, O Triunfo de Sharpe, A Fortaleza de Sharpe, Sharpe em Trafalgar, A Presa de Sharpe, Os Fuzileiros de Sharpe, A Devastação de Sharpe, num total de 21 livros, sendo 14 ainda inéditos no Brasil) - Os livros são sobre as aventuras do personagem Richard Sharpe no exército britânico durante o período Napoleônico, desde recruta na Índia até se tornar tenente-coronel em Sharpe's Waterloo.

• Série: As Crônicas Saxônicas (O Último Reino, O Cavaleiro da Morte, Os Senhores do Norte, A Canção da Espada e The Burning Land, ainda não lançado no Brasil) - Os livros narram a invasão dos Vikings na Inglaterra do século X, a história de Alfredo, o Grande vista pelos olhos de Uhtred, aristocrata inglês educado por vikings.

Fonte: http://msn.onne.com.br/cultura/materia/10287/bernard-cornwell