quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Arte de Caíssa


Os meus dados continuarão sendo lançados
E as peças desse xadrez infindo,
Nos cavalos em "L",
Nos bispos em diagonais,
Nas torres imponentes,
Continuarão a moverem-se em minha defesa.

Embora a saudade brilhe,
Como ponta de facas sob a luz do sol
Assim brilham os dentes dos eqüinos
Que defendem-me, tal qual rutilam as
Torres de marfim.

Eu, cá, do alto do tabuleiro,
Até onde posso, movo o jogo
Mas não hei de negar, que pelo
Impulso de um par de olhos
Negros, ou azuis,
Por um par de pernas morenas
Ou um rosto níveo,
Talvez,(para não dizer certamente)
Já tenha me deixado
(ou já me deixei) levar pela brida
Irracional e irremediável
Das delícias das paixões.

Pois cá elas estão.
Entre a sorte dos dados
E o fio da razão,
Na guerrilha de Caíssa.

Foto: Julio Pinotti

3 comentários:

└─── яo ♥ disse...

Linda escrita menino querido!
Adoro te ler!
Beijinhos de luz no seu coração que eu tanto gosto!

*-*

Prof. Júnior Lima disse...

Cada vez melhor, grande Sávio. Não poderia imaginar que aquele cara extremamente racional que eu conheci há um certo tempo poderia desenvolver tão magnífica sensibilidade. Bem bolado o nome do site, pois afinal, quem diria que te tornarias um poeta. Quem diria?
Um abraço e parabéns pelo blog.

Antonio Sávio disse...

Obrigado Júnior. Ler elogios de certas pessoas como você e alguns poucos como Rô, grande poeta realmente me deixa orgulhoso. Um abraço e muita poesia para nós todos.