Mesmo distante, com o peso das eras
Que fazem existir essa ausência de corpos
Não deixa de existir essa presença do ato de amar.
O pó do tempo sobre teu rosto,
Te dão um rubor que antes não tinha.
O eco de tuas palavra ainda dançam
Em notas sonoras, em compassos tão vivos
Que mostram-se em desenhos a riscar
Em minha mente, fantasmas de ti.
O tempo, onde marcham as guerras
Que mudam a face do mundo
Não mudam o logos do amor,
Uma chama que arde viva,
Mesmo que um dia não haja mais vida em tí.
Um comentário:
"...O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização..."
(Futuros amantes - Chico Buarque)
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