sábado, 21 de maio de 2011

Pedido

Não dê-me tua face, floreio ou riso
Negue-me os gestos mais delicados
Negue-me o externo o verniz proferido
Negue-me o volume extridente dos brados

Negue-me o pão, o vinho ou o trigo
Furte-me o sol, o azul do firmamento
Pode-me a arte, os versos a estalar em gritos
Tudo, a essência do ser, os fundamentos

Mas não tua existência mesmo que em conflito
Não negue-me um fio de esperança
Pois para que a vida, para que a existencia valha
É preciso você: desde já minha quintessência
O bálsamo para o corte de mil navalhas.

A gota de orvalho que paira sobre a folha,
O voo do pássaro, a liberdade enfim
És o que me inspira, o que me esmera
Para um amor, ainda que seja de festim.

Um comentário:

Arcoiris No Horizonte disse...

...Mas não se negue ao direito de seres uma musa inspiradora.
Lindo meu querido.
Estava com saudades de passear por aqui.
Um forte abraço
Íris Pereira