segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ORAÇÃO


Eu, quando muito, rezo de vez em quando
Rezo pelos prados, pelos rios, pelos mudos
Rezo pelos cegos, bêbados, rezo pouco
Mas quando rezo eu sempre sangro

Sangro pelo olhar, pelos poros, quiçá pela alma
Mas nada do que falo é atendido
Palavras somem no ar, como um balão desprendido
E assim somem as esperanças, perco a calma

Perde-se a visão, o olfato, tudo em fim
Perde-se o fio que prende o corpo a alma
O fluido das veias, a força motriz da vida
E o espírito assiste de longe o corpo que a pouco tinha
Como as uvas fermentando o chão, desprendidas da vinha


Um comentário:

Nathália E. disse...

Por isso que eu não rezo... Rsrs