Nas rodas desta engrenagem que mastiga meus sonhos
No solo deste palco, num ato interminável
Estou a rever a mesma cena burlesca e irascível
Onde me despertam os brados mais medonhos
Quem sou nesta imensa teia de reações bioquímico-sociais?
Sou a sombra misteriosa dentro da bruma
Sou o estalo das ondas sobre as rochas, sou a espupa
Sou os arlequins funestos dos carnavais
Sou o brilho ocre no dente do velho
Sou o escavelho fomento entre as carnes
Sou o todo, o meio, enfim, sou as partes
Que ardem no fogo de vida ou morte deste prélio
Nenhum comentário:
Postar um comentário