A fumaça dos carros
E as sombras que apalpam
Os prédios nos fins de tarde
Calam brados em mordaças
E lágrimas, que os passantes
Respondem com escarros.
As dores todas num cantochão
De vozes mudas correm cegas
Nas passarelas sobre as avenidas
Balbuciam mudas na foto do jornal
Que espicham o sangue hepático
Patético como as faces tristes
Deste funeral que se dá em letras
Correndo esta folha
Em forma de estertor... Ou quem sabe...
Em forma de poesia.
Foto: Joana Boavida
Um comentário:
A foto e o texto são de tirar o fôlego. Parabéns!
Beijos.
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