quinta-feira, 12 de junho de 2008

Bandidos aproveitaram excursão escolar para levar obras

A cem metros da Estação Pinacoteca fica uma base móvel da Polícia Militar, com cinco PMs
Rodrigo Brancatelli - O Estado de S. Paulo
Reprodução
'Mulheres na Janela' (1926), de Di Cavalcanti
SÃO PAULO - Segundo a direção do Estação Pinacoteca, os três bandidos armados que entraram por volta das 12 horas desta quinta-feira e levaram quatro obras de arte do acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky, no segundo andar do edifício, que fica na região central da cidade, aproveitaram a movimentação de uma excursão escolar. Pelo menos uma pessoa do grupo ainda teria ficado do lado de fora da Pinacoteca, no Largo General Osório. Os criminosos entraram como se fossem visitantes, sem capuz e com sacolas nas mãos, enquanto alunos de uma escola municipal passeavam pelo museu.
No segundo andar da estação, depois de subir pelo elevador, o grupo rendeu uma funcionária da limpeza. As obras levadas foram: Mulheres na Janela (1929), o óleo sobre cartão de Di Cavalcanti; O Pintor e seu Modelo (1963), gravura de Picasso; Minotauro, Bebedouro e Mulheres (1933), gravura de Picasso; e Casal (1919), guache sobre cartão de Lasar Segall. A Estação Pinacoteca é um local de exposições da cidade de São Paulo, mantida pelo Governo do Estado de São Paulo. Fica localizada no centro da cidade, no Largo General Osório, no bairro da Luz, ao lado da Sala São Paulo e da Estação Júlio Prestes.

A cem metros da Estação Pinacoteca fica uma base móvel da Polícia Militar, com um efetivo de cerca de cinco policiais - nesta manhã mesmo, duas horas antes do crime, cinco carros da polícia fizeram uma operação bem na frente da Pinacoteca para retirar mendigos que estavam dormindo no local.

Os quatro quadros fazem parte do acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky e integram o maior conjunto particular de arte moderna conhecido no País. Eles estavam emprestados por comodato desde 2004, quando foi firmada uma parceria entre as duas entidades. Procurada pela reportagem, a historiadora da arte Maria Alice Milliet, diretora técnica da fundação, não quis se pronunciar.

Minotauro, bebedor e mulheres, de 1933, e O Pintor e sua Modelo, de 1963, gravuras de Picasso

Em cerca de seis meses, São Paulo enfrenta o segundo roubo de obras de arte famosas em museus. No dia 20 de dezembro, as portas Masp estavam arrombadas quando um funcionário chegou ao local. A ação dos ladrões foi rápida e precisa, indicando que eles sabiam quais as obras que pretendiam levar: O Lavrador de Café, de Cândido Portinari, e O Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso. Imagens do circuito interno de TV mostraram que o furto foi praticado por três rapazes e durou apenas três minutos, entre as 5h09 e 5h12.

Robson de Jesus Jordão, de 32 anos, Francisco Laerton Lopes de Lima, de 33 anos, foram presos na época em que as telas foram recuperadas. O terceiro suspeito, Moisés Manoel de Lima Sobrinho, de 25 anos, se entregou no fim de janeiro à polícia. Em 2 de abril, o quarto envolvido foi preso pela polícia. Alexsandro Bezerra da Silva, de 31 anos, foi encontrado na zona leste da capital, na casa de um irmão. Os quatro acusados iriam receber R$ 5 milhões pelas obras. O mentor do crime ainda é procurado pela polícia.

Fonte: http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid188476,0.htm

2 comentários:

Luh disse...

não da pra acreditar que fizeram isso, com uma unidade da policia praticamente encostada!!
muita incopetência

Antonio Sávio disse...

Como diria Raul: "Faz o que tu queres pois é tudo da lei, da lei, da lei..."