sexta-feira, 9 de maio de 2008

AMOR BARROCO


Olhou-me o amor com um especrto risonho
A ele também sorrí, pelo mesmo fui embreagado
E sorvendo os goles pareceu-me um sonho
As sensações leves que aliviavam meus fardos

Levei-me por ele em doces tardes de abril
E ví as petálas das rosas se desprenderem
E voarem tingindo de rubro o azul d'anil
E assim voltavam a terra para enfim perecerem

Ví tantas coisas que as retinas duvidavam
Ouví cantos dos pássaros e cítaras plangentes
Lí poetase mil, filósofos divagarem
E nisso tudo haviam uma lógica, sensata e prudente

Aos passo que a realidade marchava em minha direção
As sensações fugazes sobre o amor se dilaceravam
Os dias coloridos e iquietos tornaram-se, com e sem ação
As árvores tão viçosas, no outono acabavam

As máscaras caíram, os rostos surgiram
E a tez que me sorriu era um feio espectro da realidade
E minhas idéias e sensações já não supriam
As urgências que meus olhos viam, nem as minhas necessidades

Eis que amor tomou forma plural diante de mim
Há um amor eterno, prudente e verdadeiro
Há um amor fugaz, volátil, feito de festim
Ao passo que beijei o segundo, escapou-me o primeiro.

Um comentário:

Bruna Vicente disse...

Ah!O amor e suas ambigüidades!