sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Por mais que o mundo faça um esforço medonho para nos por mordaças, simplesmente algumas pessoas de talento não resistem e grunem mesmo com o pano enfiado na goela. Outros mais livres ainda não são postos com grilhões, mordaças, algemas ou qualquer coisa que o condicione. São os raros espíritos livres que no meio de tantos versos que lemos hoje em dia realmente podemos dizê-los poetas. Abaixo um dos poemas do amigo Lupeu que está entre os poucos poetas verdadeiros que conheço.


O celular me liga no mundo e sei, continuo desligado. detesto isso de ser achado a qualquer hora. Gostava quando os telefones viviam presos. Iguais a cachorros ferozes. Presos em suas cordinhas enroladinhas. A gente via eles lá, nos cantos das paredes, cobertos com pequenas toalhas de crochê, ou as vezes, presos também com pequenos cadeados. Um dia eles se soltaram. Pularam das paredes para os cintos. Depois para as bolsas, os bolsos. Um dia, vão andar sozinhos. Falar entre si. Planejar a destruição de todos os humanos.

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