segunda-feira, 27 de outubro de 2008

VOAR POETA



Sonhava o insano voar pelo universo
Sonhava com passos bem telúricos
O poeta louco, casto, sensual, boêmio
Sonhava que a pena na mão era o único refúgio

Anda o poeta por veredas infindas
Perdia-se em umbrais, em prados, porfia uma vil sentença
Pagando pelos sonhos que sonha ainda...
Vai o poeta, some, que cá está tua presença,
Que tua pena brada pela voz de um tenor que jamais se finda

Sonhava o poeta ver grilhões partidos
Mas o preço do voar é caro conforme o risco
Lá no céu voar de encontro a um corisco
É diferente de um pássaro que canta ferido

Voar contra as próprias entranhas é poesia
É filosofia romper e poetizar
Proeza, vós acompanha o vate nesta noite fria
Acompanha os passos deste caminhar

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