Eu grito, pois minha voz já muito
No exílio esteve.
E assim tive dias de fome,
E noites infinitas de sede.
Onde meus verbos, quase todos alvejados,
Mesmo que tão famintos,
Na altivez do próprio instinto
Sangravam rosa nos prados.
Eu brado, pois, até minhas vírgulas
Quase imóveis, cheias de feridas,
Choravam, e em cada partícula
Do seu pranto nasciam margaridas.
E mesmo na altivez da teimosa,
Exclamação!
Cede com cautela a sua vez,
Ao ponto de interrogação. (?)
Foto: Fotografamador
Fonte: http://olhares.aeiou.pt/palavras_e_mais_palavras_foto730799.html
Um comentário:
Sávio, que blog bonito o seu, gostei muito do teu trabalho. Um abraço, Tati
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