Ainda abro-me aos sonhos
Para que o minuano, a leve brisa
Leve meu coração, como nacos de neves
Sobre as montanhas,
Sobre os pinheiros nos montes
E pouse dócil sobre alguma leve folha
Que o calor dos raios do sol
Lágrima, pois o que é lágrima
Não é só de dor.
Ainda abro-me ao sonho, a guarda
Aberta as flechas
De algum travesso cupido bêbado,
Ou ébrio de ópio que seja,
Que teima em dar-me esperanças
De atingir-me com risos brancos
Com olhos tão lindos,
Rutilantes, tão raros,
Com beijos tão doces
De palatos tão caros...
Anjos vadios, de flechas tão certas
Incerta é a vida,
Que este poeta ainda leva,
Mas certo é o desejo,
Que após tanto pranto preserva.
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