quinta-feira, 15 de julho de 2010

Medos

Medos de dentro da noite

Medos dos coices nas feras

Medo dos rubros dos olhos

Que brilham dentro da noite

Como foice, como duas esferas

Medo de peitos sombrios

Medo do estio de amores

Medo de tantas as dores

Do sangue, dos acúleos de flores

De rosas, de dentes, de garras de feras

Medo, lâmina em desejo

Medo e desejo de carnes

Gozo dentro da noite

Paixão em açoite

Corte de lâmina que arde

Medos de sonos fugazes

Medo de noites eternas

Medo das fronteiras do amor

Do traslado da dor

A levar-me as feras

Medo covarde, temor

Temo um amor de uma fera

Fera acata essa flor

Acata este poema

Com versos sem pontas

Redondos com uma esfera.

2 comentários:

Menina Mulher disse...

Olá, linda sua poesia!
Adorei, é voce mesmo que as escreve?
Tenho te seguido a algum tempo e seu blog é nota dez!

Beijao

Anônimo disse...

"Medo do estio de amores", quando se consuma, vira travessia de fortes por dunas movediças do deserto emocional. E que sede no caminho!

Tenho um texto sobre o Crato, minhas melhores lembranças no http://www.paraeuparardemedoer.blogspot.com